domingo, 29 de setembro de 2013

ORIXÁ OYÁ TEMPO ou LOGUNAM E SANTA CLARA

11 de agosto: Dia de SANTA CLARA DE ASSIS
"Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes!" Neste dia, celebramos a memória da jovem inteligente e bela que se tornou a  DAMA POBRE.


     SANTA CLARA DE ASSIS, LUZ QUE ILUMINOU O MUNDO!

Alguns traços da vida e da obra de uma Santa que, como São Francisco, marcou sua época. Os que conviveram com ela não acreditavam "que de Nossa Senhora Bem-aventurada Virgem Maria para cá tivesse havido jamais alguma mulher de maior santidade do que ela."
Num Domingo de Ramos, dia 18 de março de 1212, uma jovem, aos dezoito anos de idade, foge da casa de seus pais e se encaminha para a igrejinha da Porciúncula (na atual basílica de Santa Maria dos Anjos), onde São Francisco de Assis e seus Frades, em oração, aguardavam sua chegada.
Com círios acesos, os religiosos saem ao encontro da jovem, então luxuosamente adornada com seus trajes de fidalga, em direção à porta da igrejinha. Conduziram-na diante do altar de Nossa Senhora e a uniram para sempre ao seu Esposo Jesus Cristo. Ali mesmo, em presença de amigas e dos religiosos, São Francisco lhe corta os belos cabelos loiros. Essa tonsura é sinal de que a jovem, Clara de Assis, pertence virginalmente a Nosso Senhor.
Após esse ato, os Frades a acompanham até o mosteiro das Beneditinas de Bastia.

Milagres operados por Santa Clara em vida
Em certa ocasião, como não houvesse mais do que meio pedaço de pão para a refeição das Irmãs, Santa Clara mandou dividir essa metade em porções para dar às religiosas. Aquele pedaço multiplicou-se nas mãos da que o partia de tal forma que deu para cinqüenta porções, suficientes para as Irmãs que já estavam sentadas à mesa.
Mas a Santa, além de operar muitos milagres, exerceu também ação exorcística. Como exemplo, cabe lembrar o caso da mulher de Pisa. Dizia esta que Nosso Senhor, pelos méritos de Santa Clara a havia libertado de cinco demônios que a atormentavam, e que por isso, tinha vindo ao locutório das Irmãs para agradecer primeiro a Deus e depois à Santa. Ao serem expulsos, afirmou a mulher que os demônios bradavam: "As orações dessa santa nos queimam".

Milagres após a morte
Depois de sua morte multiplicaram-se os milagres junto a sua sepultura. Assim, curou um epiléptico que tinha uma das pernas atrofiadas. Ali receberam a cura integral pessoas cegas, corcundas, alejadas em geral, possessas e loucas.
SANTA CLARA.... virgem no corpo e puríssima no coração, jovem em idade mas amadurecida no espírito. Firme na decisão e ardentíssima no amor de Deus. Rica em sabedoria, sobressaiu na humildade. Foi clara de nome, mais clara por sua vida e claríssima em suas virtudes....
São Francisco Santa Clara e a Cruz

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

  Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.

Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.

E é morrendo que se vive para a vida eterna.      

SANTA CLARA E SÃO FRANCISCO DE ASSIS



           OYÁ TEMPO ou LOGUNAM

          
Oyá-Tempo é a Orixá que está assentada negativo (cósmico) do Trono da Fé.
Junto com Oxalá, dá a sustentação a todas as manifestações da Fé e  amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos que estimulam a evolução religiosa dos seres.
O campo preferencial de atuação da Mãe Oyá-Tempo é o religioso, onde Ela atua como ordenadora do caos religioso. Rege a religiosidade nos seres. Absorve a fé em desequilíbrio, para reconduzir os seres ao caminho do equilíbrio.
Ela é o próprio espaço-tempo onde tudo se manifesta. Por isso dizemos que é uma Divindade atemporal, ou seja, é em Si o próprio Tempo, não está sujeita ao Tempo, mas rege o seu sincronismo.
Nossa relação ou noção de espaço-tempo depende da movimentação dos astros no espaço, e daí vêm os conceitos de dia e noite, bem como o nosso senso cronológico.
Simbolizada pela espiral do Tempo, manifesta-Se em todos os locais, assim como Oxalá, com o qual faz par, na Linha da Fé.
Sendo um Orixá Cósmico, Ela pune quem se aproveita com más intenções das Qualidades Divinas relacionadas com a Fé e a Religiosidade.
Tempo é ”o vazio cósmico” onde são retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.
A essência cristalina irradiada pelo Divino Trono Essencial da Fé é neutra, quando irradiada. Mas como tudo se polariza em dois tipos de magnetismos, então o pólo positivo e irradiante é Oxalá e o pólo negativo e absorvente é Oyá-Tempo.
Oxalá é o Sol da vida enquanto Oyá é o Tempo, onde tudo se realiza.
Oxalá é a Fé abrasadora enquanto Oyá é o gélido Tempo, onde são desmagnetizados os seres desequilibrados nas coisas da Fé.
Oxalá é o Pai amoroso que fortalece o íntimo dos seres e os conduz ao encontro do Divino Criador enquanto Oyá é o Tempo por onde caminham os seres que estão buscando o Criador.
Oxalá é a Fé de Deus nos Seus filhos enquanto Oyá-Tempo é o rigor divino para com os filhos que Lhe voltaram as costas.
Oxalá é o Orixá da Fé enquanto Oyá é o Orixá do Tempo, pois é o tempo que atua no ser, acelerando sua busca pela Fé ou afastando-o das coisas religiosas, direcionando sua evolução para outros sentidos da Vida.
Oxalá é passivo no seu magnetismo de corrente contínua, cuja irradiação estimuladora da Fé chega a todos o tempo todo enquanto Oyá é ativa no seu magnetismo de corrente alternada, onde uma onda espiralada estimula a religiosidade, enquanto a outra onda esgota a espiritualidade na vida dos seres emocionados, fanatizados ou desequilibrados.
Enquanto Oxalá é irradiante, Oyá é absorvente.
O Trono Feminino da Fé é encontrado em várias culturas, como uma Divindade atemporal e que se mostra como o espaço onde tudo acontece (a abóboda celeste).



BOIADEIRO
SARAVA UMBANDA 
DULCE 





SÃO COSME, SÃO DAMIÃO E DOUM - SÃO CRISPIM E SÃO CRISPINIANO



SALVE 


SÃO COSME E SÃO DAMIÃO – 27 DE SETEMBRO

Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Circunstancialmente entraram em contato com o Cristianismo, tornando-se fervorosos seguidores do cristianismo.
Confiando sempre no poder da oração e na confiança da providência divina usaram sua arte médica para curar os necessitados sem nada cobrar.
O seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã, o que bem faziam através da prática da medicina. Desta forma, conseguiram plantar em terra fértil a semente cristã em muitos corações, sendo numerosas as conversões.
Cosme e Damião viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. Por não renunciarem aos princípios religiosos cristãos sofreram terríveis torturas; porém, elas foram inúteis contra os santos gêmeos.
São Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos, e por causa da sua simplicidade e inocência também são invocados como protetores das crianças.
Aqui no Brasil, a devoção trazida pelos portugueses misturou-se com o culto aos orixás-meninos (Ibjis ou Erês) da tradição africana yoruba. São Cosme e São Damião, os santos mabaças ou gêmeos, são tão populares quanto Santo Antônio e São João. São amplamente festejados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde sua festa ganha a rua e adentra aos barracões de candomblé e terreiros de umbanda.
Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas e de Oxalá, o pai de toda a criação.
Outras tradições atribuem a paternidade dos macambas (gêmeos) a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês, chamados também carinhosamente de “crianças” é a mesma que é oferecida a Xangô, o senhor dos raios, o caruru.
Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com idade de até sete (7) anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade. Junto com o caruru são servidas também as comidas de cada orixá, e enquanto as crianças se deliciam com a iguaria sagrada, à sua volta, os adultos cantam cânticos sagrados (oríns) aos orixás. 

DOUM

Este personagem material e espiritual surgiu nos cultos afros quando uma macamba (denominação de mulher, na seita Cabula) dava à luz a gêmeos e, caso houvesse no segundo parto o nascimento de um outro menino, era este considerado "Doum", que veio ao mundo para fazer companhia a seus irmãos gêmeos.
Foram sincretizados com os santos que foram gêmeos e médicos, tem sua razão na semelhança das imagens e missões idênticas com os "erês" da África, mas como faltava "doum", colocaram-no junto a seus irmãos, com seus pequenos bastões de pau, obedecendo à semelhança dos santos católicos, formando assim a trindade da irmanação.
Dizem também que, na imagem original de São Cosme e São Damião, já adultos, havia a imagem de uma criança a qual eles estavam tratando, daí para sincretizar em  Doum com essa criança foi um pulo...





SALVE 


SÃO CRISPIM E SÃO CRISPINIANO  – 5 DE OUTUBRO

Crispim e Crispiniano eram irmãos de origem romana. Cresceram juntos e converteram-se ao cristianismo na adolescência. Ganhando a vida no oficio de sapateiro, eram muito populares, caridosos, e pregavam com ardor a fé que abraçaram. Quando a perseguição aos cristãos ficou mais insistente, os dois foram para a Gália, atual França.

As tradições seculares contam que, durante a fuga, na noite de Natal, os irmãos Crispim e Crispiniano batiam nas portas buscando refúgio, mas ninguém os atendia. Finalmente, foram abrigados por uma pobre viúva que vivia com um filho. Agradecidos a Deus, quiseram recompensá-la fazendo um novo par de sapatos para o rapazinho.

Trabalharam rápido e deixaram o presente perto da lareira. Mas antes de partir, enquanto todos ainda dormiam, Crispim e Crispiniano rezaram pedindo amparo da Providência Divina para aquela viúva e o filho. Ao amanhecer, viram que os dois tinham desaparecido e encontraram o par de sapatos cheio de moedas.

Quando alcançaram o território francês, os dois irmãos estabeleceram-se na cidade de Soissons. Lá, seguiram uma rotina de dupla jornada, isto é, de dia eram missionários e à noite, em vez de dormir, trabalhavam numa oficina de calçados para sustentar-se e continuar fazendo caridade aos pobres. Quando a cruel perseguição imposta por Roma chegou a Soissons, era época do imperador Diocleciano e a Gália estava sob o governo de Rictiovaro. Os dois irmãos foram acusados e presos. Seus carrascos os torturaram até o limite, exigindo que abandonassem publicamente a fé cristã. Como não o fizeram, foram friamente degolados, ganhando a coroa do martírio.

O Martirológio Romano registra que as relíquias dos corpos desses dois nobres romanos mártires estavam sepultadas na belíssima igreja de Soissons, construída no século VI. Depois, parte delas foi transportada para Roma, onde foram guardadas na igreja de São Lourenço da via Panisperna.

A Igreja celebra os santos Crispim e Crispiniano como padroeiros dos sapateiros no dia 25 de outubro. Essa profissão, uma das mais antigas da humanidade, era muito discriminada, por estar sempre associada ao trabalho dos curtidores e carniceiros. Mas o cristianismo mudou a visão e ela foi resgatada graças ao surgimento dos dois santos sapateiros, chamados de mártires franceses.



COSME, DAMIÃO E DOUM - CRISPIM E CRISPINIANO 

SÃO OS FILHOS DE OGUM...


SARAVA UMBANDA
DULCE

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ORIXÁ OSSÃE SER MÁGICO



É bastante cultuado no Brasil, recebendo diversos nomes: 


- OssâninOssonheOssãe e Ossanha, uma das formas mais populares, orixá de origem nagô. 
SAMAMBAIA SELVAGEM SÍMBOLO DE OSSÃE

Por causa do som feminino é frequentemente confundido como figura feminina, mas Ossãe é um Orixá masculino.  


As áreas consagradas a Ossãe  não são os jardins cultuados de maneira tradicional, mas sim os recantos, onde só os sacerdotes podem entrar, nos quais as plantas crescem de maneira selvagem, quase sem controle.

É comum   existir um certo preconceito com dois Orixás que muitas vezes são esquecidos, mais existem em   e se faz necessário o culto: Ossãe e Oxumarê.








- Ossãe está presente em todos os rituais através das folhas.








 - Oxumarê esta presente em quase todos os rituais por ser o Orixá das mudanças. 



No interior da mata virgem extrai seu axé, e os usa de acordo com seus objetivos.

A sua importância é fundamental pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença.


O símbolo de Ossãe é uma haste de ferro tendo ao alto um pássaro de ferro forjado, esta mesma haste é cercada por seis varetas pontuadas dirigidas em leque para o alto. 

Seu culto é mais ou menos secreto e, mesmo que não constitua uma sociedade secreta, seus ritos não são públicos e a maioria de seus adeptos são homens.
O pássaro é a representação do poder de Ossãe, é o mensageiro que vai à toda parte, volta e se empoleira sobre a cabeça de Ossãe  para lhe fazer o seu relato. 

Um pequeno pássaro que o representa, é o pássaro Eye.  Nos templos consagrados a Ossãe, na África, diz-se que este pássaro habita no Igba Ossãe e que ele fala quando Ossãe é consultado.

Este mesmo pássaro é o que acompanha as Yamis  Xorongá.
Este símbolo do pássaro representa o Axé, o poder bem conhecido das feiticeiras, elas mesmas frequentemente chamadas Iamis proprietárias do Pássaro-Poder.



Outro que fala e anda com Ossãe  é Aroni, pois Ossãe não fala, para não contar seus segredos a ninguém.

Aroni é um anãozinho, comparável ao Saci -pererê,figura de uma perna só, aquele que existe e ao mesmo tempo não, sem uma perna que fuma cachimbo.





Ele anda dentro de um redemoinho, seu cachimbo feito com a casca do caracol, enfiado no taryokó, uma varinha de bambu, com suas folhas prediletas. Carrega um pássaro que voa por toda parte e pousa em sua cabeça,contado-lhe tudo que viu ou se alguém se aproxima.


Ele traz consigo o simbolismo da liberdade assim como toda a flora.

Patrono da vegetação, das folhas e de seus preparados. As folhas, nascidas das árvores, e as plantas constituem uma emanação direta do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva que provem, com esse poder, a ação das folhas pode ser utilizada para diversos fins no aspecto geral.

Os curandeiros, quando vão recolher plantas para seus trabalhos, devem fazê-lo em estado de pureza, abstendo-se em relações sexuais na noite precedendo e indo à floresta, durante a madrugada, sem dirigir a palavra a ninguém. Além disso, devem ter cuidado em deixar uma oferenda com dinheiro, no chão, logo que cheguem ao local da colheita.

Ossãe está estreitamente ligado a Orunmilá, o senhor das adivinhações.

Estas relações, hoje cordiais e de franca colaboração, atravessaram, no passado, períodos de rivalidade.
As lendas refletem as lutas de precedência e de prestígio entre adivinhos-babalaôs e curandeiros.

Os poderes de cada planta estão em estreita ligação com o seu nome, e as palavras de encantamento que são obrigatoriamente pronunciadas, no momento de seu uso, são indicadas pelos adivinhos aos curandeiros, fato este que dá aos primeiros uma posição  de conhecimento maior  sobre as virtudes das plantas.  
O ritmo dos cantos e das danças de Ossãe é particularmente rápido, saltitante e ofegante.

- É o senhor da magia e da medicina.                               
- É o senhor absoluto das vegetações.



Orixá das folhas e de suas aplicações litúrgicas e toda composição mágica do candomblé.



O sangue das folhas, que traz em si o poder do que nasce,  abundantemente, é um dos axés mais poderosos, pois o primeiro ato que se faz quando deita uma pessoa para o santo é a sasanha, a retirada do sangue negro das folhas. E o ultimo dia de preceito dos iniciados é o itá.

Pois sem as folhas não se faz nada...





Ossãe  possui o poder ao mesmo tempo benéfico e perigoso, a depender dos vários empregos das folhas pois existem folhas que possui veneno e folhas benéficas.
Nada se faz sem Ossãe, ele é o detentor da força do axé indispensável para as divindades.

Como necessária é Oxum com sua água.

Foi Ossãe quem ensinou a Ifá a arte de curar.

É sempre evocado quando as coisas não vão bem.



Assim como os Orixás das florestas, Ossãe é cultuado as quintas-feiras, muito embora existam qualidades que são cultuadas na segunda-feira, quarta e sexta-feira também.

Como é um orixá voltado ao culto em si e à religião como forma organizada de comunicação entre os homens e o sobrenatural, todos os seus ritos exigem muitos detalhes e inúmeros cuidados para não se quebrar as regras de como se colhe uma folha de uma árvore ou se arrumam os ingredientes para uma obrigação de Ossãe.

O deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas, ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos cultos africanos.

Protetor dos vegetais e é a mágica das folhas, tornando mágica, também, sua convivência com os seres humanos.

Nos rituais do Candomblé o banho de ervas, Abo, é vital, imprescindível.

Tudo é passado no Abô. Desde louças, travessa de barro, moedas, pulseiras, búzios, quartinhas, facas, colheres de pau, gamelas, até o próprio homem, que vai se banhar e se purificar pelas ervas.

Abô é algo que não pode faltar nos rituais, que vai dar o encanto, vai possibilitar a presença da força cósmica do Orixá.

Mesmo nos sacrifícios animais, canta-se para Ossãe, mesmo que o sacrifício não seja para ele, pois dele dependerá o encantamento daquele ato sagrado.

É Ossãe  que trará a calma, a paz, o encanto, para que o ritual transcorra bem.

Quando se vai à mata buscar ervas leva-se fumo de rolo, mel e moedas, para dar o Senhor das matas e facilitar a busca da erva desejada, pois Ossãe   pode escondê-la de nós, criar uma ilusão de ótica e não permitir que a vejamos, mesmo que esteja à nossa frente, debaixo de nosso olhos.
Ossãe está presente nos momentos importantes da vida, é o alquimista, o químico, o farmacêutico, o Senhor das poções mágicas e curativas.




É o feiticeiro e mago e, o bruxo, o médico dos Orixás, conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.

É o pai da homeopatia, aquele que gera a capacidade de cura, pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais. 


É um Orixá encantado, não viveu na forma humana.

É filho direto de Olodumarê, o Deus Supremo.

Ossãe conversa com os espíritos sagrados que moram dentro das árvores, sendo eles e os animais seus companheiros na floresta.

Conhece a linguagem dos animais e dos pássaros, imitando-os com perfeição.

É o detentor do axé (força, poder, vitalidade), de que nem mesmo os Orixás podem privar-se. Esse axe encontra-se em folhas e ervas específicas. O nome dessas folhas e o seu emprego é a parte mais secreta do ritual do culto dos OrixáVodun e Inkice.





Ossãe era o dono de todas as folhas e era necessário que os Orixás dependessem dele para obter certas folhas e certos sumos. Como os orixás raramente se submetem a qualquer tipo de autoridade, a rebelião se fez e Iansã com seus ventos espalhou as folhas de Ossãe, fazendo com que cada Orixá pegasse a sua de acordo com sua esfera de atribuições.
Mas muitas ervas e plantas ainda continuam sob o domínio de Ossãe, e mesmo as que hoje estão sob domínio dos outros orixás, ainda necessitam de certas rezas e preceitos que só Ossãe conhece.


O poder de Ossãe foi dividido, mas permanece paradoxalmente com ele, realçando outra característica do Panteão Africano: a dependência dos Orixás.

Cada Orixá tem a sua folha, mas só Ossãe detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé, portanto sem ele nenhuma cerimônia é possível.


Cada Orixá  tem suas ervas e suas folhas particulares, dotadas de virtudes, de acordo com a personalidade do Orixá.   


Apesar de cada Orixá reinar sobre uma área específica do conhecimento e da atividade humana, acaba influindo genericamente sobre os domínios dos outros Orixás.

Por isso um filho de Iansã deve manter boas relações espirituais com Ossãe para poder realizar os trabalhos e obrigações devidos à própria Iansã ou a Bará.


E também deve invocar Oxum quando tiver problemas sexuais ou relativos a paternidade ou maternidade.




Se cada ser humano é individualizado pela soma das características e presenças energéticas de seus próprios Orixás, o primeiro, eledá e o segundo ajuntó  Orixá, também trocam energias com as outras fontes de Axé que regularizam e ditam as normas de seu relacionamento com outras áreas do conhecimento.

É a convivência dos diferentes, mas complementares, que viabiliza a mitologia dos orixás e a existência do ser humano em sociedade.

Não é Orixá das lutas, do fogo, dos grandes amores e das guerras incontroláveis.

É Orixá da técnica, do uso das folhas que são empregadas quando necessárias, usadas de forma condutora da busca do equilíbrio energético, do contato do homem com a sua divindade, que nada mais é do que a sua essência.

Não faz parte das lendas de Ossãe um número de relações familiares e sexuais de destaque, pois geralmente é apresentado como um ser solitário, vagando nebulosamente pela floresta e não habitando lar específico.


Patrono da vegetação rasteira, das folhas e de seus preparos, defensor da saúde, é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. 

ENTIDADE de LIGAÇÃO

SETE CAPA PRETA: Ligado a Ossãe, atua na alta magia, no ocultismo. Protege atos obscuros principalmente que envolva dinheiro, valores, joias.

SARAVA UMBANDA
DULCE