Os povos aprisionados na áfrica e trazidos para o Brasil, possuíam origens diferentes, no entanto algumas designações surgiram por conta das línguas faladas entre os homens e mulheres aprisionados, ou como referência aos locais onde eram capturados ou ainda as cidades e portos onde eram embarcados.
Sendo divididos pelos portugueses em dois grandes grupos:
- BANTUS
- OESTE-AFRICANOS
1 - BANTUS
- Grupo linguístico formado por muitos dialetos e línguas faladas principalmente na porção continental da África subsaariana como o Umbundu, o Quibundu, e o Quicongo. Esse jeito de falar, carregado e multiplicado por muitos grupos nômades, acabou adquirindo um uso que formou o que hoje muitos entendem como um grande tronco linguístico, vindos das seguintes regiões:
2)- Tanzânia, em que os traficantes dividiam em grupos étnicos:
a) Cassangas, Benguelas, Cabindas, Dembos, Rebolo, Angico Macuas, Quíloas, etc.,que constituíram a maior parte dos escravos levados para o Rio de Janeiro, Minas Gerais e para a zona da mata
do Nordeste.

2- OESTE-AFRICANOS
Diversas etnias que existiam em uma vasta região litorânea que ia desde o Senegal até a Nigéria, abrangendo também uma boa parte do interior ocidental do continente.
Apenas parte dos escravos de origem oeste-africana vieram da vasta região chamada Sudão.
- Os nativos do oeste-africano foram os primeiros escravos a serem levados para as Américas sendo chamados, nesta época, de negros da Guiné, vindo das seguintes regiões:
2) Da região do golfo de Benim Bahia, que foi um dos principais pontos de embarque de escravos, na época conhecida como Costa dos Escravos.
- Alguns grupos étnicos que pertenciam eram:
1) - Nagôs - os que falavam ou entendiam a língua dos Iorubás, o que incluía etnias como os Ketu, Egba, Egbado, Sabé, etc.
2) - Jejes – que incluía etnias como Fons, Ashanti, Ewés, Fanti e outros menores como Krumans, Agni, Nzema, Timini, etc.
3) - Malês – eram escravos cuja maior parte falava a língua haúça, que seguiam a religião muçulmana. Muitos deles falavam e escreviam em língua árabe, ou usavam caracteres do Árabe para escrever em Haúça.
5) - Mahis e Savalu - eram de outras etnias e vários outros grupos menores.
- Reinos bem consolidados como o Kongo (que não deve ser confundido com o atual país Congo).
- Pequenas aldeias agrupadas por laços de descendência ou linhagem.
- Grupos nômades de comerciantes, agricultores e pastores que se deslocavam sempre que as condições climáticas ou as oportunidades
de negócios assim os obrigassem.
Mesmo porque o continente africano caracterizava-se pela desproporção entre o enorme território e o pequeno contingente populacional. Entretanto, a expansão de reinos, a migração de grupos, o trânsito de caravanas de mercadores, a disputa pelo acesso aos rios, o controle sobre estradas ou rotas podiam implicar em guerra e subjugação de um povo a outro.
AFRICANOS ESCRAVIZAVAM AFRICANOS
Nesses confrontos era comum que os vitoriosos fizessem alguns es-
cravos dentre os membros de um vilarejo vencido em luta armada.
Era a chamada escravidão doméstica, que consistia em aprisionar alguém para utilizar sua força de trabalho, em geral, na agricultura de pequena escala, familiar.
Se a terra era abundante, mas rara a mão-de-obra, esse tipo de escravidão servia para aumentar o número de pessoas a serem empregadas no sustento de uma família ou grupo.
A Umbanda teve sua formação cultural no Brasil com os escravos negros que vieram da região da Guiné Portuguesa, sendo direcionados para vários estados, inclusive Bahia e Pernambuco irradiando para o Nordeste e Centro Sul.

- Vieram para o Brasil na época os Escravos Negros de origem de Angola e Congo.
- Da região da costa da Mina, vieram os Nagôs, Gêges e outros.
- Firmando a religião dos Nagôs, devido a sua posição Social na África, onde estabeleceram os Candomblés de Nagô - Ketu - Gêge, cujo seus dirigentes cultuavam os Orixás.
- Agora em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, permaneceram a cultura dos Angolanos, do Congo e Moçambique e de Cambinda, com a cultura Banto e língua e dialetos Quimbundo, onde esses já cultuavam os Inquices (que são os Orixás) e os antepassados (que são os Guias Espirituais).
- Fundaram no século XVIII as Irmandades do Rosário e de São Benedito no Quadro Urbano sob a orientação de seus Senhores, sendo um período de repressão até a fundação do Candomblé de Engenho Velho, na Bahia em 1830.
- Surgindo nesses Estados o Sincretismo Religioso:
- A CABULA - Trabalho realizado na mata ou Macaia, originários dos bantos, consistia na preparação do Santé que nada mais era que a incorporação do espírito protetor que consistia muitas vezes, em uma toalha branca estendida no chão com velas e imagens de Santa Bárbara e Santa Maria.
Seus adeptos passavam em baixo da perna do embanda(dirigente), em sinal de obediência, sopravam pó de pemba para afastar os maus
espíritos.
Ritual em que seus iniciantes entravam na mata com uma vela apagada, voltando com a vela acesa(sem nenhuma forma de ascender) e com o nome do seu espírito protetor.
- MACUMBAS - Aproximavam muito das práticas da CABULA, nela as entidades como os Orixás, Inquices pretos velhos, caboclos e santos católicos eram agrupados como falanges ou linhas, como a linha da costa,de Umbanda, de Quimbanda, de Mina, de Cambinda, do Congo, do Mar, de Caboclo, linha cruzada, etc.
- No fim do século XIX foi fixado o candomblé no Rio de Janeiro, que após fundir com as Macumbas pré-formando assim a religião da Umbanda.
- Em sequência na Bahia originou o Candomblé de Caboclo, que é uma variação do Candomblé de Angola, que sua formação foi responsabilidade dos Índios Brasileiros de origem da Jurema, da Visala dos Boiadeiros e os Marinheiros.
- Em 1908 após a Incorporação do Caboclo Sete Encruzilhadas pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, foi fundada a Umbanda Pura ou a Verdadeira Umbanda, marcando o Sincretismo entre o Kardecismo e a Igreja Católica, recebendo o Médium a missão de fundar 7 Tendas:
Tenda Espirita Nossa Senhora da Piedade
Tenda Espirita Nossa Senhora da Guia
Tenda Espirita Nossa Senhora da Conceição
Tenda Espirita Santa Bárbara
Tenda Espirita São Pedro
Tenda Espirita Oxalá
Tenda Espirita São Jorge
Tenda Espirita São Jerônimo
- Consolidando entre 1940 à 1960 a Umbanda como culto organizado por meio do papel das Federações Umbandistas, na codificação do Culto e na Criação de mecanismos de legitimação social via alianças, realizadas entre praticantes do culto e Instâncias de Poder, expandindo dessa forma muito a Umbanda no Brasil.
- OMOLOKÔ - Em todas as religiões em que o elemento Banto predominou, e principalmente no Sudeste, dois tipos de cultos desenvolveram-se no século XIX, tornando vulto e ocupado toda a parte religiosa, dos negros escravizados e seus descentes. O primeiro chamava Candomblé de Angola/Congo, o segundo que recebeu também influência do Nagô, chamava-se Macumba.
Dessa maneira a antiga Macumba e o Candomblé, principalmente o Candomblé de Caboclo, se mesclaram entre 1940 à 1950 dando forma ao Omolokô, que se constituiu em uma fusão harmônica do culto aos Orixás(ou Inquices) e o trabalho dos guias espirituais sendo os pretos velhos, caboclos, boiadeiros e etc.
SARAVA UMBANDA
DULCE